Matéria: CRÉDITO JORNAL HOJE EM DIA
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primeiro dia de provas do Enem em Belo Horizonte foi marcado por muita confusão, tumultos e registro de boletins de ocorrências pela Polícia Militar por parte de candidatos que se sentiram lesados, alegando problemas com o trânsito e incorreções nas indicações dos locais de provas.
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio prosseguem neste domingo, das 13 horas às 18h30. Nos dias 5 e 6 de janeiro, presidiários de todo o país fazem as provas.
O caso mais grave ocorreu na Avenida Silva Lobo, no bairro Nova Granada, na região Oeste de Belo Horizonte. Centenas de alunos que chegaram atrasados, segundo vários deles, por problemas do trânsito, arrombaram dois portões do Centro Universitário Newton Paiva e chegaram a ir para as salas, mas foram retirados por policiais militares.
Vários outros estudantes bastante revoltados compareceu à Seccional Leste para registrar uma ocorrência. Segundo Luana Gabriela Soares, 19 anos, os alunos receberam o comprovante de inscrição do Enem com a indicação de entrada da Escola Estadual Silviano Brandão pela Rua Itapecerica, quando a indicação correta deveria ser pela Rua Serro. “Vários alunos, inclusive eu, fomos ao endereço da Rua Itapecerica, onde não havia ninguém e nenhum aviso. Por isso, todos nós acabamos chegando atrasados e não pudemos fazer a prova”, reclamou ela. Na delegacia, vários estudantes com o nome “Lucas” mostraram os comprovantes onde constava o endereço do local da prova como sendo a Rua Itapecerica.
De acordo com o encarregado da equipe de plantão, Marco Aurélio Lopes, a ocorrência seria registrada e repassada para o delegado.
Outro local onde policiais militares precisaram ser acionados para fazer um cordão de isolamento foi a Faculdade Pitágoras, na Rua Guajajaras, 591, onde dezenas de estudantes também chegaram atrasados e ameaçaram invadir o local. Apesar de exaltados, não correram incidentes e os estudantes acabaram se conformando e foram embora. O estudante César Henrique Dias Ferreira, 20 anos, que mora no Bairro Novo Progresso, na divisa com Contagem, alegou que saiu cedo de casa, mas foi traído pelo trânsito.
Na Escola Abgar Renault, na Rua Enéas, no bairro Nossa Senhora da Glória, dos 400 alunos esperados para fazer a prova, apenas 154 compareceram, segundo informou o diretor-financeiro Evandro Barbosa. Ele não soube explicar o grande número de desistentes, mas avaliou que pode ter sido a chuva e trânsito. Barbosa disse que outros cerca de 40 alunos chegaram por volta das 13h12. “Reuni com os alunos e telefonei para a coordenação do Enem em Brasília, mas não fui autorizado a deixar os alunos entrarem. Eles entenderam e foram embora sem qualquer tumulto”, disse.
Longe da confusão, estudantes que chegaram bem antes da hora de fechar os portões evitaram também a chuva forte que desabou na cidade, como no Instituto de Educação. Muitos candidatos oriundos do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA) - uma forma de ensino da rede pública no país, com o objetivo de desenvolver os ensinos Fundamental e Médio com qualidade, para as pessoas que não possuem idade escolar e oportunidade – compareceram no primeiro dia de prova, entre eles Gilberto do Valle, 47 anos, que havia abandonado os estudos aos 18 anos para ajudar no sustento da família. Agora, Gilberto almeja uma faculdade. “Quero realizar um velho sonho, fazer odontologia e ser meu próprio patrão. Aposto no Enem para entrar numa faculdade”, conta Gilberto.
